sábado, 18 de julho de 2009

ASA BRANCA "LAMENTO E ESPERANÇA DO SERTÃO"


ASA BRANCA

Autor: Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira


1-Quando oiei a terra ardendo
com a fogueira de São João

Eu perguntei, a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação(2x)

2-Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação

Por falta d'água perdi meu gado
morreu de sede meu alazão(2x)

3-Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão

Entonce eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração(2x)

4-Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão

Espero a chuva cair de novo
Para mim vorta pro meu sertão(2x)

5-Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na prantação

Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração(2x)


Os autores dessa composição são Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, de 1947 têm uma visão romântica que valorizam seus sentimento e imaginação, poética e realista do cenário do Nordeste brasileiro. A música fala da Seca no Nordeste brasileiro, que por ser muito intensa, obriga o pobre a migrar, assim como as aves também, a exemplo da asa branca que é um tipo de um pombo (columba picazuno) que quando bate asa do sertão anuncia a seca. A migração é feita por homens (hoje, por homens e mulheres, mas na época da música era feita só por homens) que deixam sua cidade, sua região, procurando melhorias de vida e sustento da família, deixando para trás mulher e filhos .

Assim, está explicito a divisão de papéis sociais do homem como o provedor e da mulher que fica para cuidar dos filhos e do lar. Essa mulher, como tantas outras nordestinas das classes mais pobres, que vive essa realidade em sua comunidade “sem marido”, obrigando-a esperá-lo e a sustentar sua família até que o mesmo volte, o que para elas é normal nessa região do nordeste, Contudo, o androcentrismo perpassa pelas classes em geral.

O velho Lua como era conhecido nasceu em Exu Pernambuco em 13/12/1912, participou de algumas revoluções sem nunca ter dado um tiro, dentre elas; "A Revolução de 1930, que culminou com o golpe de Estado, o Golpe que depôs o presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha; A Revolução Constitucionalista de 1932 ou Guerra Paulista,, foi a malfadada tentativa do Estado de São Paulo de derrubar o Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgar uma nova constituição para o Brasil; A Constituição Brasileira de 1934, promulgada em 16 de julho pela assembléia Nacional Constituinte, foi redigida "para organizar um regime democratico, que assegure à Nação a unidade, a liberdade, a justiça e o bem-estar social e econômico", segundo o próprio preâmbulo, foi a que menos durou em toda a História Brasileira: durante apenas três anos, mas vigorou oficialmente apenas um ano (suspensa pela Lei de segurança Nacional). O cumprimento à risca de seus princípios, porém, nunca ocorreu. Ainda assim, ela foi importante por institucionalizar a reforma da organização político-social brasileiranão com a exclusão das oligarquias rurais, mas com a inclusão dos militares, classe média urbana e industriais no jogo de poder". Luis foi o primeiro músico assumir a sua origem de nordestino, representada pela a sanfona e pelo chapéu de couro. Cantou as dores e os amores de um povo que ainda não tinha voz.

Em 1947 o Presidente do nosso país era seca castigava o Sertão, fazendo aflorar o êxodo rural, os que migravam era conhecido também como retirantes ruralistas. Passam-se os anos e a seca continua assolando o Sertão, trazendo com ela o inchaço das cidades grandes, começando também a discriminação contra os nordestinos a exemplo de outras cidades de maior concentração urbana: São Paulo e Rio de Janeiro. Pois, muitos acreditam que são eles que sujam e enfeiam a cidade, tudo isso porque na maioria das vezes não conseguem empregos e viram mendigos, pedintes, não tendo condições de voltar a sua terra. Poucos são os que alcançam êxito.

A seca continua e o Estado negligência o Sertão, pois não há políticas para acabar com a seca e o sofrimento do nordestino. Acabar com esse problema grave, para que? Se é justamente esse problema, a solução para alguns políticos corruptos colocar em sua plataforma política, sendo um dos motivos de promessa das campanhas eleitorais, a chamada politicamente de “industria da Seca”, prometendo melhorias, mais como sempre não cumprindo.

Dentro do texto, os compositores fazem seu lamento ao criador, com quem apenas provavelmente possa contar, por que tamanha judiação do povo e das terras do Sertão? Tão seca que arde como o sol, igual às chamas de uma fogueira em época junina, e por falta da chuva nada nascia e por isso estava partindo. Partiu também mundo a fora Gonzagão com sua interpretação magistral, espalhando a cultura desse povo lutador.

A seca mostrada na música , obriga um rapaz a mudar da região, assim, como a ave Asa-Branca .Prometendo ao seu amor, que um dia irá voltar, para seus braços e verá a terra verde igual aos seus olhos. Portanto o engendramento dos símbolos das linguagens são fortes nessa canção, pois ela e poeticamente cantada, o romantismo por seu amor a Rosinha, a realidade nua e crua da seca no Sertão e o mais forte para os nordestinos a esperança o verde espalhado no Sertão.

Rosinha é o símbolo da mulher nordestina que luta em uma terra seca para sustentar seus rebentos, mulher forte, guerreira, que tira “leite de pedra” tentando manter sua família viva até que (ou quando) seu marido volte. Esse papel social e essa divisão sexual do trabalho, simbolizada pela mulher não é mostrada explicitamente e sim implicitamente nessa canção. Todavia, ao deixar a família quem cuidará dela?, quem alimentará seus filhos?, quem será seu provedor na ausência do seu pai?. No contexto musical será Rosinha que sustentará e enfrentará esse fado de criar sozinha seus filhos.

Há composições de Luis Gonzaga que o papel da mulher também não é mostrado, é sim simbolizado por um pacto burguês, onde a esfera privada é o lugar da mulher, cuidando dos filhos do marido e do lar, moldadas para ser dona de casa e esposa (namorar, noivar e casar) esse é o destino da mulher, mostrada também na música “O xote das meninas” composta por Zé Dantas e Luiz Gonzaga.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

ASA BRANCA LAMENTO E ESPERANÇA DO SERTÃO



ASA BRANCA

Autor: Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira


1-Quando oiei a terra ardendo
com a fogueira de São João

Eu perguntei, a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação(2x)

2-Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação

Por falta d'água perdi meu gado
morreu de sede meu alazão(2x)

3-Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão

Entonce eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração(2x)

4-Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão

Espero a chuva cair de novo
Para mim vorta pro meu sertão(2x)

5-Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na prantação

Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração(2x)



Os autores desse forró romântico Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, têm uma visão romântica poética e realista do cenário do Nordeste brasileiro. A música fala da Seca no Nordeste brasileiro, que por ser muito intensa, obrigando o seu povo a migrar, assim como as aves também, a exemplo da asa branca que é um tipo de um pombo (columba picazuno) que quando bate asa do sertão anuncia a seca. Migração essa que é feita por homens (hoje, por homens e mulheres, mas na época da música era feita só por homens) que deixam sua cidade, sua região, procurando melhorias de vida e sustento da família, saindo deixa para trás mulher e filhos .

Assim, está explicito a divisão de papéis sociais do homem como o provedor e da mulher que fica para cuidar dos filhos e do lar.

Essa música foi composta em 1947, a seca castigava o Sertão, fazendo aflorar o êxodo rural, conhecido também como retirantes ruralistas, passam-se os anos e a seca continua assolando o Sertão, trazendo com ela o inchaço das cidades grandes, começando também a discriminação contra os nordestinos. Pois, muitos acreditam que são eles que sujam e enfeiam a cidade, tudo isso porque na maioria das vezes não conseguem empregos e viram mendigos, pedintes, não tendo condições de voltar a sua terra, poucos são os que alcançam êxito.

A seca continua e o Estado negligência o sertão, pois não há políticas para acabar com a seca e o sofrimento do nordestino. Acabar com esse problema grave, para que? Se é justamente esse problema, a solução para alguns políticos corruptos colocar em sua plataforma política, sendo um dos motivos de promessa das campanhas eleitorais, a chamada “ política da industria”, prometendo melhorias, mais como sempre não cumprindo.

Os compositores faz seu lamento ao criador, por que tamanha judiação do povo e das terras do Sertão? Tão seca que arde como o sol, igual às chamas de uma fogueira em época junina, e por falta da chuva nada nascia e por isso estava partindo.Partiu também mundo a fora Gonzagão com sua interpretação magistral, espalhando a cultura desse povo lutador.

A seca mostrada na música , obriga um rapaz a mudar da região, assim, como a ave Asa-Branca .Prometendo ao seu amor, que um dia irá voltar, para seus braços e verá a terra verde igual aos seus olhos. Portanto o engendramento dos símbolos das linguagens são fortes nessa canção, pois ela e poeticamente cantada, o romantismo por seu amor a Rosinha, a realidade nua e crua da seca no Sertão e o mais forte para os nordestinos a esperança o verde espalhado no Sertão.